sábado, 6 de novembro de 2010

Estado de choque

Definição e Reconhecimento

Choque é a perfusão e oxigenação inadequadas dos órgãos e tecidos.
O passo inicial na abordagem do choque é reconhecer sua presença, seu diagnóstico é feito exclusivamente através do exame físico, que deve ser dirigido aos sinais vitais, ou seja, à freqüência cardíaca, freqüência respiratória, perfusão cutânea e pressão do pulso;
É importante salientar que a medida da pressão arterial não é um bom sinal para o diagnóstico do choque, pois os mecanismos compensatórios, que corresponde a descarga adrenérgica, mantém a pressão sistólica até uma perda de 30% da volemia.
O segundo passo na abordagem do choque é identificar sua provável etiologia, ou seja, identificar o tipo de choque; se é devido a perda de sangue apresentando componente de hipovolemia, chamado de Choque Hemorrágico, ou se é devido a causas não hemorrágicas como o Choque Cardiogênico, Choque Neurogênico, Choque Séptico ou
#Choque Anafilático.
Todas as células do corpo humano necessita de O2 para produzir energia através de queima da glicose que é o Metabolismo Aeróbico.

# Choque Cardiogênico

Trata-se de perfusão e oxigenação inadequadas dos órgãos e tecidos, graças à falência da bomba cardíaca por uma disfunção miocárdica. A disfunção miocárdica ocorre por Contusão Miocárdica, por Embolia Gasosa, por Tamponamento Cardíaco, ou mais raramente por Infarto Agudo do Miocárdio associado ao trauma.

# Choque Neurogênico

Esse tipo de choque é decorrente de uma lesão medular, esta lesão leva a perda do tônus simpático, ou seja, interrompe-se o estímulo vasomotor ocasionando uma intensa vasodilatação periférica e desta maneira, o sangue se distribui preenchendo um maior continente venoso. Subseqüentemente, registra-se uma diminuição do Retorno Venoso com conseqüente queda do Débito Cardíaco.

# Choque Séptico

É um choque causado por endotoxinas bacterianas. Choque por infecção imediatamente após o trauma é incomum, entretanto, esse episódio pode ocorrer se a chegada do paciente ao serviço de emergência demorar várias horas ou mesmo dias.
O choque séptico ocorre particularmente nos pacientes com ferimentos penetrantes de abdome, com contaminação peritoneal por conteúdo intestinal; em pacientes com os mecanismos de defesa comprometido, tais como: idosos, pacientes desidratados, em tratamento com drogas imunossupressoras e citotóxicas; e nas infecções iatrogênicas de cateteres e traqueostomia.
Pode ser muito severo quando se segue a um choque hemorrágico primário, ou após grandes lesões, e nestes casos freqüentemente leva à Insuficiência de Múltiplos Órgãos e Sistemas.

# Choque Anafilático

Ocorre segundos após a exposição ao alergeno (picada de inseto, alimento, medicação, produtos químicos, etc.) liberando substancias vasodilatadoras como a histamina.
Seu tratamento é o afastamento da vítima do alergeno, medidas farmacológicas específicas e manutenção de vias aérea pérvia em casos de edema de tecidos

# Choque Hemorrágico

Também chamado de Hipovolêmico, é aquele que tem como causa principal a hemorragia, ou seja, a perda aguda de sangue. A hemorragia é a causa mais comum de choque nos pacientes politraumatizados, corresponde a 90% de todos os tipos de choque na sala de emergência.
A taquicardia e a vasoconstição cutânea são os sinais mais precoces do choque, por isso, todo paciente politraumatizado que está pálido ou frio e taquicárdico está em choque, até que se prove o contrário.
O politraumatizado pode apresentar hemorragias através de diferentes locais simultaneamente; um sangramento externo contínuo por período prolongado, a somatória de perdas modestas de sangue por diferentes lugares, ou ainda uma hemorragia externa de grande intensidade podem levar o paciente ao estado de Choque.
Durante o Choque Hemorrágico a perda inicial de sangue depleta o volume vascular, com queda da pressão sistêmica média e do débito cardíaco

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Manobra de Heinlich

Manobra para desobstrução de vias aéreas por corpo estranho
· Corpo estranho em vias aéreas é qualquer objeto que se coloque em posição de impedir a ventilação pulmonar normal, como balas, moedas, dentadura, alimentos e outros.
· A manobra de HEIMLICH é o único método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho.
A manobra de Heimlich deve ser realizada quando:
· Houver forte suspeita de corpo estranho obstruindo as vias aéreas.
· Não houver resposta à ventilação Boca-a-Boca (ausência de elevação do tórax).

A obstrução das vias aéreas por corpo estranho deve ser suspeitada nos seguintes casos:
. Adultos jovens que estavam se alimentando e subitamente param de respirar.
. Crianças que estavam se alimentando ou brincando com pequeno objeto e subitamente perdem a consciência e param de respirar.
. Qualquer paciente em PCR, em que a ventilação boca-a-boca não produza a elevação do tórax.
. Impossibilidade de respirar, tossir e falar de ocorrência súbita.


1 - Vítimas Conscientes com obstrução de vias aéreas
· Verifique se a vítima está se sufocando e sua capacidade de emitir sons.
· Caso a vítima possa tossir ou falar, significa que a obstrução é incompleta. Acione o sistema SEM (193) para transportar a vítima para o hospital de referência e não efetue a Manobra de Heimlich.
· Nas obstruções completas posicione-se por trás da vítima cincundando-a com seus braços e faça compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima, até desobstruir as vias aéreas ou o paciente perder a consciência.



2 - Vítimas Inconscientes com obstrução de vias aéreas
· Suspeite de obstrução em vítimas nas quais você encontre dificuldade para insuflar seus pulmões.
· Refaça a hiperextensão do pescoço e tente novamente ventilar - Caso não tenha sucesso:
· Ajoelhe-se a cavaleiro sobre as coxas do paciente e coloque as mãos entre o umbigo e o início das costelas. Faça 5 compressões súbitas no abdome em direção a cabeça.
Após a manobra de Heimlich - tente novamente ventilar o paciente por duas vezes.
· Abra a boca e verifique se o corpo estranho foi deslocado, retirando-o.
· Em caso de insucesso, repita toda a seqüência, até que seja obtido sucesso.

· Em lactentes, coloque a criança com a cabeça em posição mais baixa que o corpo, uma das mãos segura a cabeça e a mandíbula em ligeira hiperextensão, e com a outra mão dê 5 tapas no tórax. Caso não seja efetiva, gire a vítima de frente e tente 5 compressões torácicas abaixo do ponto da compressão cardíaca em lactente.
Em caso de vômitos vire a cabeça de lado, limpe a boca e continue o procedimento.
· Não inicie a compressão cardíaca até que a obstrução tenha sido resolvida.

sábado, 5 de junho de 2010

Primeiros socorros - Parada Cárdiorrespiratória

Conceituação
É a ausência das funções vitais, movimentos respiratórios e batimentos cardíacos. A ocorrência isolada de uma delas só existe em curto espaço de tempo; a parada de uma acarreta a parada da outra.
A parada cardiorrespiratória leva à morte no período de 3 a 5 minutos.
Sinais e Sintomas
• Inconsciência;
• Ausência de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos.

Primeiros Socorros

A. Desobstrução das Vias Aéreas

• Remover dentadura, pontes dentárias, excesso de secreção, dentes soltos
etc.;
• Colocar uma das mãos sobre a testa da vítima e com a outra fazer uma
pequena força para elevar o queixo;
• Estender a cabeça da vítima para trás até que a boca abra.

B. Respiração Artificial (Boca a Boca)


Verificação da Respiração
• Encostar o ouvido sobre a boca e nariz da vítima, mantendo as vias aéreas
abertas;
• Observar se o peito da vítima sobe e desce, ouvir e sentir se há sinal de
respiração.
Procedimento
• Manter a cabeça estendida para trás, sustentando o queixo e mantendo
as vias aéreas abertas;
• Pinçar o nariz da vítima;
• Inspirar, enchendo bem o peito, e colocar sua boca de forma a vedar
completamente, com seus lábios, a boca da vítima;
• Aplicar 1 sopro moderado com duração de 1 a 2 segundos respirar e aplicar
mais 1 sopro;
• Observar se quando você sopra o peito da vítima sobe;
• Aplicar uma respiração boca a boca a cada 5 ou 6 segundos;
• Continuar até que a vítima volte a respirar ou o atendimento médico chegue
ao local.

C. Massagem Cardíaca


Verificação do Pulso
• Manter a cabeça da vítima estendida para trás, sustentando-a pela testa;
• Localizar o Pomo de Adão com a ponta dos dedos indicador e médio;
• Deslizar os dedos em direção à lateral do pescoço para o lado no qual
você estiver posicionado (não utilize o polegar, pois este tem pulso próprio);
• Sentir o pulso da carótida (espere 5 – 10 segundos). A carótida é a artéria
mais recomendada por ficar próxima ao coração e ser acessível.
Procedimento
• Realizar somente quando tiver certeza de que o coração da vítima parou;
• Colocar a vítima sobre uma superfície rígida;
• Ajoelhar-se ao lado da vítima;
• Usando a mão próxima da cintura da vítima, deslizar os dedos pela lateral
das costelas próximas a você, em direção ao centro do peito, até localizar
a ponta do osso esterno;
• Colocar a ponta do dedo médio sobre a ponta do osso esterno, alinhando
o dedo indicador ao médio;
• Colocar a base da sua outra mão (que está mais próxima da cabeça da
vítima) ao lado do dedo indicador;
• Remover a mão que localizou o osso esterno, colocando-a sobre a que
está no peito;
• Entrelaçar os seus dedos, estendendo-os de forma que não toquem no
peito da vítima.
• Posicionar seus ombros diretamente acima de suas mãos sobre o peito
da vítima;
• Manter os braços retos e os cotovelos estendidos;
• Pressionar o osso esterno para baixo, cerca de aproximadamente 5 centímetros;
• Executar 30 compressões. Contar as compressões à medida que você as
executa;
• Fazer as compressões uniformemente e com ritmo;
• Durante as compressões, flexionar o tronco ao invés dos joelhos;
• Evitar que os seus dedos apertem o peito da vítima durante as compressões.

D. Reanimação Cardiopulmonar (RCP)

• Aplicar 2 sopros moderados após as 30 compressões;
• Completar 4 ciclos de 30 compressões e 2 sopros e verificar o pulso. Se
não houver pulso, manter o ciclo iniciando sempre pelas compressões no
peito. Continuar verificando o pulso a cada 4 – 5 minutos. Se o pulso voltar,
faça apenas a respiração boca a boca;
• Continuar com a RCP, inclusive durante o transporte, até que a vítima
volte a respirar, a ter pulso ou até que o atendimento médico chegue ao
local.

Primeiros socorros - Corpo estranho nos olhos

Conceituação
É a introdução acidental de poeiras, grãos diversos etc. na cavidade dos glóbulos
oculares.
Sinais e Sintomas
• Dor;
• Ardência;
• Vermelhidão;
• Lacrimejamento.
Primeiros Socorros
• Não esfregar os olhos;
• Lavar o olho com água limpa;
• Não remover o corpo estranho manualmente;
• Se o corpo estranho não sair com a lavagem, cobrir os dois olhos com
pano limpo;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.

Primeiros socorros - Fraturas e entorses

A. Fratura

Conceituação
Fratura é o rompimento total ou parcial de qualquer osso.
Existem dois tipos de fratura:
• Fechadas: sem exposição óssea.
• Expostas: o osso está ou esteve exposto.

B. Entorse

Conceituação
É a separação momentânea das superfícies ósseas articulares, provocando o estiramento
ou rompimento dos ligamentos;
C. Distensão
Conceituação
É o rompimento ou estiramento anormal de um músculo ou tendão.

D. Luxação

Conceituação
É a perda de contato permanente entre duas extremidades ósseas numa articulação.
Sinais e Sintomas
• Dor local intensa;
• Dificuldade em movimentar a região afetada;
• Hematoma;
• Deformidade da articulação;
• Inchaço;
Primeiros Socorros
• Manipular o mínimo possível o local afetado;
• Não colocar o osso no lugar;
• Proteger ferimentos com panos limpos e controlar sangramentos nas lesões
expostas;
• Imobilizar a área afetada antes de remover a vítima;
• Se possível, aplicar bolsa de gelo no local afetado;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.

Lesões da Coluna Vertebral

Conceituação
A coluna vertebral é composta de 33 vértebras sobrepostas, localizada do crânio
ao cóccix, e no seu interior há a medula espinhal, que realiza a condução
dos impulsos nervosos.
As lesões da coluna vertebral mal conduzidas podem produzir lesões graves e
irreversíveis de medula, com comprometimento neurológico definitivo (tetraplégica
ou paraplegia).
Todo o cuidado deverá ser tomado com estas vitimas para não surgirem lesões
adicionais.
Sinais e Sintomas
• Dor local intensa;
• Diminuição da sensibilidade, formigamento ou dormência em membros
inferiores e/ou superiores;
• Paralisia dos segmentos do corpo, que ocorrem abaixo da lesão;
• Perda do controle esfincteriano (urina e/ou fezes soltas).
Nota: Todas as vitimas inconscientes deverão ser consideradas e tratadas como portadoras
de lesões na coluna.
Primeiros Socorros
• Cuidado especial com a vítima inconsciente;
• Imobilizar o pescoço antes do transporte, utilizando o colar cervical;
• Movimentar a vítima em bloco, impedindo particularmente movimentos
bruscos do pescoço e do tronco;
• Colocar em prancha de madeira;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.

Primeiros socorros - Queimaduras

Conceituação
É uma lesão produzida no tecido de revestimento do organismo, por agentes térmicos, elétricos, produtos químicos, irradiação ionizantes e animais peçonhentos.

Sinais e Sintomas
1º Grau

• Atinge somente a epiderme;
• Dor local e vermelhidão da área atingida.
2º Grau

• Atinge a epiderme e a derme;
• Apresenta dor local, vermelhidão e bolhas d’água.

3º Grau

• Atinge a epiderme, derme e alcança os tecidos mais profundos, podendo
chegar até o osso.
Primeiros Socorros
• Isolar a vítima do agente agressor;
• Diminuir a temperatura local, banhando com água fria (1ºGrau);
• Proteger a área afetada com plástico;
• Não perfurar bolhas, colocar gelo, aplicar medicamentos, nem produtos
caseiros;
• Retirar parte da roupa que esteja em volta da área queimada;
• Retirar anéis e pulseiras, para não provocar estrangulamento ao inchar.
• Encaminhar para atendimento hospitalar;

A. Queimaduras Elétricas

Primeiros Socorros
• Desligar a fonte de energia elétrica, ou retirar a vítima do contato elétrico
com luvas de borracha e luvas de cobertura ou com um bastão isolante,
antes de tocar na vítima;
• Adotar os cuidados específicos para queimaduras apresentados anteriormente,
se necessário aplicar técnica de Reanimação Cardiopulmonar
(RCP).

B. Queimaduras nos Olhos

Primeiros Socorros
• Lavar os olhos com água em abundância durante vários minutos;
• Vedar o(os) olho(s) atingido(s) com pano limpo;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.

Primeiros socorros - Hemorragias

Conceituação
É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo (artérias,
veias e capilares).
Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente.
A hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos.

A. Hemorragia Externa

Sinais e Sintomas
• Sangramento visível;
• Nível de consciência variável decorrente da perda sangüínea;
• Palidez de pele e mucosa.
Primeiros Socorros
• Comprimir o local usando um pano limpo.
(quantidade excessiva de pano pode mascarar o
sangramento;
• Manter a compressão até os cuidados definitivos;
• Se possível, elevar o membro que está sangrando;
• Não utilizar qualquer substância estranha para
coibir o sangramento;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.

B. Hemorragia Interna

Sinais e Sintomas
• Sangramento geralmente não visível;
• Nível de consciência variável dependente da intensidade e local do sangramento.
Casos em que devemos suspeitar de hemorragia interna importante:
• Sangramento pela urina;
• Sangramento pelo ouvido;
• Fratura de fêmur;
• Dor com rigidez abdominal;
• Vômitos ou tosse com sangue;
• Traumatismos ou ferimentos penetrantes no crânio, tórax ou abdome.
Primeiros Socorros
• Manter a vítima aquecida e deitada, acompanhando os sinais vitais e atuando
adequadamente nas intercorrências;
• Agilizar o encaminhamento para o atendimento hospitalar.

OBS:
AMPUTAÇÃO PARCIAL:

Controlar o sangramento sem completar a amputação.
AMPUTAÇÃO TOTAL:
Controlar o sangramento e envolver a parte amputada em pano limpo a ser transportada
junto com a vítima.

C. Hemorragia Nasal


Sinais e Sintomas
• Sangramento nasal visível
Primeiros Socorros
• Colocar a vítima sentada, com a cabeça ligeiramente voltada para frente, e
apertar-lhe a(s) narina (s) durante cinco minutos;
• Caso a hemorragia não ceda, comprimir externamente o lado da narina
que está sangrando e colocar um pano ou toalha fria sobre o nariz. Se
possível, usar um saco com gelo;
• Encaminhar para atendimento hospitalar.